segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Um ano sem mãe

Um ano sem mãe 

A exatos 365 dias (um ano) eu perdi a minha amada mãe, sua morte até hoje causa espanto, olhares de compaixão e estarrecimento, ainda hoje nos é comum ver no rosto daqueles que nos conheciam (mesmo que ao longe), pois era notório nosso amor e união.  Essa união era mais que de sangue, ossos e carne, era de almas que  desde o ventre foi moldada com sentimentos do céu.  
Muitos não acreditavam que eu estivesse aqui de pé, muitos dizem "nossa nunca pensei que vc fosse tão forte", outros dizem: "sei que sua fé é que te faz reagir tão bem" entre tantas outras coisas que ouço sobre mim... Mais hoje contarei meu segredo: Perdão se eu decepciona-los com tamanha verdade, tentarei ter a nitidez do sol ao meio dia ou ser clara como uma água pura e cristalina. Mais confesso que a dor deveras era pungente, hoje interiormente, realmente a minha alma ainda está em farelos de dor e de amor. Mais minha vida tem sido um eterno milagre. Pois uma vez ouvi Padre Américo Simonetti dizer que o sofrimento exite por estes nos assemelha a Cristo crucificado. E parecer com Cristo é uma dolorosa alegria pois quanto mais nós nos assemelhamos a Ele, mais possível vai tornando nosso Céu.
Esse é o motivo da minha felicidade, é que mesmo em meio a dor sou possivelmente capaz com resignação e resiliência sofrer por amor ao Cristo e assim me assemelhar um pouquinho mais a Ele. 
Hoje, entendo que a dor santifica o homem, de certo a teologia me ensinou muito ao ver os lindos versos de São João da Cruz em sua noite escura da alma, ver as lágrimas de sofrimento e arrependimentos sinceros do grande rei Davi expressas no salmo 50/51, das diversas noites sem dormir de luta contra o maligno de São João Maria Vianney, das humilhações e padecimentos diários oferecidos singularmente por Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, do choro derramado de Santo Agostinho ao perceber quão tarde amou o Senhor, dos sofrimentos físicos e espirituais por amor a Cristo e ao podre de São Francisco de Assis que cantava com a vida a Caridade, da alma calejada de trabalho Santo e incansável de nosso co-padroeiro São João Bosco mais que não deixava de mostrar sua força e alegria com os jovens criando inicialmente a sociedade da alegria, da silenciosa dor suportada pela coroa de espinhos de Santa Gemma Galganni, dos estigmas de São Padre Pio de  Pietrelcina sem perder a doçura dos sorrisos que é próprio dos santos, da constante luta para levar a Misericórdia de Jesus ao mundo por Santa Faustina Kowauska, São João Paulo II e o beato Miguel Sopocko, dos muitos beatos e Santos infantojuvenil que souberam sofrer e amar intensamente por causa de nosso Senhor, como: São Domingos Sávio, Beata Laura Vicunã,  Sta. Jacinta Marto, São Francisco Marto, beato Carlo Acutis, a grande guerreira mística Joana D'Arc que morre aos 19 anos. O acólito São Tarcísio de apenas 12 aninhos que foi apedrejado até a morte levando o Santíssimo Sacramento a presos em época de grande perseguição... Entre os mais de vinte mil santos e beatos da Santa Igreja certamente todos, sem exceção souberam harmonizar a vida entre sorrir e sofrer com resignação e resiliência pois todos queriam se assemelhar ao seu Senhor e Deus, Jesus Cristo.  E é nesses exemplos que nós devemos nos espelhar. Porque a vida dos santos não foram só sofrimento e dor, mas também de alegrias e vitórias até conquistarem a coroa da vida eterna. Recordemos quanta alegria serviu aos pobres da Bahia a nossa amadíssima Sta. Dulce dos Pobres, São Felipe Neri é conhecido como o “santo padroeiro da alegria” e o “santo bem-humorado”. Ele gostava de zombar de si mesmo, usando o humor para manter sua humildade.
E nós, meus irmãos e irmãs, como cristãs e cristãos que somos, devemos ser convictos que alegria e dor andarão sempre juntos a nós, mais o que contará mesmo é a força  do amor com que nós amamos e depositamos na vida que vivemos aqui. 
E assim sigo, vivendo de saudades, alegria e dor na grande e feliz esperança no Senhor de nosso reencontro com Ele e todos os nossos amados definitivamente. 
Até o céu  minha rainha! E saiba que até lá estarei ansiosamente aguardando o dia que o meu senhor entrará mais uma vez no meu jardim e colher-me e levar-me para viver eternamente com Ele.
A vida é um eterno esperar pra maturar... Até o dia da colheita! Até o céu minha rainha! (Bᴇʙᴇʟ Tᴀᴠᴇʀɴᴀʀᴅ)