domingo, 30 de outubro de 2011

λαχτάρα
Só tem saudades para quem se devota amor verdadeiro! Já ouvi dizer que “saudade não tem tradução” (Rosa de Saron) isso porque sentimento não se traduz com palavras, as nossas ações expressam muito mais aquilo que agente quer dizer do que as nossas meras formas de soltar palavras ao vento.
Não há feiúra em chorar de saudade, pois são nas lágrimas caídas que regamos a certeza e a esperança de reencontros. Como diz François La Rochefoucauld: “A ausência apaga as pequenas paixões e fortalece as grandes”. Traduzindo; é na falta, na distância, na ausência que aquilo que não é efetivamente verdadeiro, facilmente se morre, desaparece sem deixar raízes nem sequer nas lembranças de outrora. O inverso disso também acontece, quando as distâncias mesmo provadas como se prova ouro no fogo, o amor e amizade límpidos conseguem ver nesses momentos de ausências oportunidades de fazer com que as lembranças de ontem sejam fontes inesgotáveis de vivo amor que só tendem a agigantar-se pela força que tem.
Sentir saudades de quem se ama é também uma forma de ser presença e fazer viver aquilo que a dor insiste em dizer “morra”. Não se morre um amor na saudade, pois é ela, a doída da saudade que faz as raízes fincadas na terra fértil do coração daquele que sente a ausência do outro, manter vivo algo que é intrinsecamente divino nos que aprendeu a conviver nas distâncias.
Há saudades daquele que está perto, também se sente saudades daqueles que vemos todos os dias! Isso tudo por existir amor. Mas ei, ninguém falou que é fácil amar, mas é na luta por querer assim fazer que já o alcançamos e o tocamos! Mesmo que as lágrimas venham e a dor consuma o coração amante. Mas de uma coisa sabemos: Só se expressam com lágrimas aqueles que tiram do sofrimento lições que são maiores que a dor simplesmente! Aprender delas é dom! Esse é o melhor remédio. Decidir amar é o melhor caminho, esteja perto, esteja longe!
Saudade é um desatar de nós e ainda assim, permanecer ligados!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A SANTIDADƎ QUE NÃO AGRADA A DEUS!


“O homem bom sempre acha algo sobre o qual prantear e chorar... Quanto mais minuciosamente ele se examinar, mais se aflige” (Tomás de Kempis 1380-1471 – Imitação de Cristo) e ouso em acrescentar: e não tem tempo para julgar, pois está preocupado em avaliar-se!
São incríveis como as ações de Jesus sempre dignificaram o ser humano e foi controverso aos pensamentos dos judaizantes de sua época! É belo como o Senhor enxerga os pequenos, os pecadores, os pobres... E nunca julgá-los pelas suas faltas e mazelas, pelo contrário; ousa ir longe quando diz: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus”! (Mt.5,3). Jamais será nossa pretensão dá uma aula de grego aqui, porém a palavra grega traduzida por pobre é “ptõchos” e que significa literalmente, “aquele que se abaixa e se agacha”. Ou seja, é “Feliz” aquele que compreende sua pequenez, seu ‘ser’ pó!
E quem sabe o tamanho de sua pequenez, não estranha e muito menos condena a baixeza alheia!
Caríssimos há uma preocupação no nosso coração e está desejoso convosco compartilhar: Há muitos candidatos a santos vivos por ai e poucos seres humanos. Há muitos de nós agindo como “sepulcros caiados”. Será que não lemos Mt.7? Que já no primeiro verso diz: “Não julgueis, e não sereis julgados”. É muito atrevimento nosso, achar um cisco no olho de nosso irmão e não vermos a trave que está bem aqui nos nossos próprios olhos?! (cf. v.4)
Santo Agostinho (354-430) em Confissões nos diz: “É perfeitamente possível desejar os presentes do Senhor, mas não o próprio Senhor, o que parece indicar que os presentes são preferíveis ao Presenteador.” Não é assim que muitas das vezes agimos com o Espírito Santo de Deus, que é igualmente Deus?! Clamamos os seus dons, somos dotados deles e me parece que quanto mais possuímos mais queremos, de fato não vejo nada de ruim nisso, mas... Que valerá tantos dons se não temos nem queremos possuir o Senhor de todos esses dons? São Paulo diz na sua primeira carta à comunidade de Coríntios 13,3 que: “ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo a ser queimado, se não tiver amor, de nada valeria!”
Deus tem que ter todo o nosso coração, ou nada! E quando Deus tem posse do nosso coração não caímos insistentemente no erro de sentirmos mais santos por sermos isso ou aquilo, por termos um dom ‘melhor ou mais bonito’ que o de fulano, por ser padre, pastor, coordenador, animador, evangelizador, teólogo, exegeta, catequista, sei lá mais o quê... E o outro é um mero leigo de vida e alma simples.
Cuidemo-nos! Pois, “nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus” (Mt.7,21a). Se a nossa oração nos transcende, leva-nos a “Deus”, e não nos faz enxergar o outro; devemos avaliar a qualidade da nossa oração e observar, ao ponto de nos questionar: para qual ‘Deus’ mesmo estamos elevando a nossa oração? Se somos capazes de recriminar com o olhar o outro que vive como um mero ser humano por causa da nossa SANTIDADƎ; eis um motivo para o nosso auto-exame. Muitos de nós cristãos queremos ir para o céu, queremos ser santos sem ao menos ter degustado da verdadeira e nata vocação de sermos seres humanos.
Santidade é uma vida em construção e de desconstrução também! Santidade é uma vida em oração e de ação. Santidade é uma vida de anúncio e de denúncia. Santidade é uma vida de joelhos no chão, de braços erguidos, mas também de mãos estendidas e de coração atento ao que sofre. Santidade é seguir Jesus e assim sendo, não apontar para miséria de ninguém. Vamos tentar! Humilitas Est!

sábado, 8 de outubro de 2011

“ONDE ESTÁ DEUS?” (2ª Parte)
Conhecer o AMOR verdadeiro é transcendente! Leva-nos a ser melhores que de fato somos! Amar é mais que romance, é mais que gostar, é mais que está perto, é mais que curtir a presença do outro, é mais que dizer que ama, é mais que sexo, que corpo, que carne... O AMOR nos diviniza, nos humaniza, torna-nos grandes sem sermos superiores, fecundos, férteis, ricos sem nos transformarmos em seres esnobes, felizes, bem aventurados sem ofuscar e nem oprimir a felicidade dos outros, faz-nos livres mesmo sendo prisioneiros... Sempre deixei claro aos meus amigos e irmãos que somente amando verdadeiramente que vamos nos sentir inteiros, completos, santos!!! “Santos?” Muitos podem perguntar... Porém, nunca vi, nem ouvi falar histórias de santos canonizados que chegassem ao altar sem ter vivenciado, experimentado com total inteireza o amor por Deus através do outro. Chegar à santidade, só amando incondicionalmente! Só vivendo a misericórdia, a compaixão e fazer dessa vivencia nosso apostolado, nossa missão, nossa vida! Sem querer dar respostas prontas, mais é aí que Deus se encontra e onde se experimenta! Na comunidade, na humanidade, na “gente”, nos iguais e nos diversos, nos homens e nas mulheres, nas crianças e nos idosos, nos deístas e não deístas, nos pretos e nos brancos, nos grandes e nos pequenos, em mim e em ti. Basta crer! “Est simpliciter credendum”.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ONDE ESTÁ DEUS?!

Não se acha a essência de Deus longe do amor!!!! Amigos, se queremos encontra-lo, amemo-nos! Assim nos tornaremos semelhantes a Ele em tudo! Amando simplesmente, levaremos aos sedentos, água; aos famintos, alimento; aos tristes, alegria; aos doentes, cura e alívio, aos desesperados, uma esperança que não morre nunca; aos abandonados, seremos companhia... enfim só em amar estaremos levando a todos o próprio Deus e aquilo que é próprio d'Ele. E assim seremos para os outros, em tudo, o que Ele é e sempre será: AMOR INCONDICIONAL! "Ágape"! A todos desejo "Pax et bonum!"