SEGUNDA-FEIRA SEM TRABALHO
Nunca pensei
sentir tanta falta de uma segunda-feira e não querer férias quando se mais
precisa dela. Queria uma segunda-feira feira cheia de trabalho e enfadonha,
mais cheia de proficuidade e feliz pelo ofício exercido. Uma segunda-feira para
acordar cedo, lavar-se de alma e corpo (correr entre atrasos por lavar os cabelos
e o tempo no banho que se excede) e apressar-se desejosa de utilidade para
àqueles que se servem dos banquetes utilitários de uma labuta simples,
revigoradora e realizadora.
O trabalho faz
de mim gente, o ócio faz de mim um ser pesaroso, cheio de fastios e de
sofreguidão. No trabalho há uma felicidade expressiva que só a alma não
preguiçosa pode saborear, a lida para o empregadito preguiçoso é penoso, é
árduo... Mas, para o desempregado, a ausência do exercício do sua profissão tem
sabor de humilhação no sentido epistemológico dessa palavra. Pois nos rendemos,
nos prostramos diante da inutilidade, da improficuidade por sentir-se infértil
onde o que mais se deseja aquele que tem o dom de servir, de ser útil a
sociedade é saciar a sede diante da esperança sedenta de um serviço, de diligência
e de prontidão!
Há que
saudades das segundas-feiras, entre cafés da manhã disputados entre guloseimas
nada sadias de colegas menos precavidos dos cuidados com a saúde entre as
frutas, vitaminas e integrais daqueles que pensam além da beleza física.
Saudades até do chato despertador às 6:00h da manhã tocando insistentemente a
mesma canção para lembrar-me que ser útil não ter pressa e sim compromisso.
Mais sou grata
a Deus porque além da esperança, carrego no meu peito outro dom, o da
perseverança daqueles que não desistem mais que resistem as dores pela fé.