sexta-feira, 28 de maio de 2021

3° MÊS DA PÁSCOA DEFINITIVA DE EDNA MARIA TAVERNARD LEITE


Em 1985 o samba de enredo da Caprichosos de pilares com o título "E por falar em saudade..." já iniciava seu enredo profetizando a minha tão doída realidade: "Oh! Saudade, ô Meu carnaval é você!" Percebi que esse trecho me traduzia da cabeça aos pés e se transfornou no canto da minha vida. Minha rainha era meu Carnaval, era meu sorriso no rosto, era minha missa, era meu supermercado,  era a minha benção, era a minha segurança, era a grande porcentagem da minha alegria, do meu sorriso leve e fácil... Meu enredo hoje canta triste na avenida da vida uma saudade sem fim, porque meu par foi morar no céu e quando foi não levou malas, objetos importantes, nem documentação pessoal... Nada! Mais levou quase todo meu amor, quase todo meu sorriso e quase toda a minha alegria. Mais ela deixou tudo de si... Herdei da minha mãe valores incalculáveis de amor, de esperança, de luta, de oração, de resignação, de resiliência, de honra, de temor a Deus, de amor e dedicação a Cristo e Sua Igreja, de caráter,  de ética, de moral... Deixou escrita no livro da alma uma riqueza que não caberia em nenhum cofre da terra, só dentro de uma alma que amou tudo e soube estender as mãos da obediência e do amor para guardar tudo isso dentro de si. A minha vida está  resumida num estender as mãos e receber de uma verdadeira rainha cada riqueza por ela deixada...
E ao escrever o texto na madrugada de hoje, duas coisas se repete dentro de mim... A primeira, o samba enredo  supracitado que virou tema da minha vida até chegar o dia que meu reencontro com minha rainha, será eterno e feliz e não haverá mais saudades e nem dor para cantar o canto da vida e sim a alegria eterna ofertada por Deus para àqueles que receberam e fizeram de suas vidas uma oblação de amor e dor. 
Outra coisa que me recordo foi do encontro que tive com Alziane na manhã de ontem, onde seu rebento (o menino Murilo) me viu ao longe, carregando as marcas da saudade e olhou pra sua amada mãezinha e perguntou na inocente sabedoria: "Mãe cadê a outra?"  Até meu amado Murilo percebeu em mim a ausência daquela que era a minha "outra" parte, minha metade, o complemento do meu inteiro.
A mãe (Alzeane) desconcertada ao ter que dar a notícia da partida da minha "outra" parte, olha nos olhos do seu infante e tenta explicar... Ele, o pequeno sábio entendeu mais do que a explicação da mãe podera ensinar e logo disse: "Já sei mãe, ela virou uma estrelinha!" A verdade desconcertante da sabedoria infantil traduziu em poucas palavras o percurso da minha rainha. Ela virou estrela sim Murilo, e agora está ornamentando o trono de Deus com o brilho real de suas virtudes. E não tenho como encerrar essa homenagem sem expor o que a alma triste canta parafraseando o samba enredo da Caprichosos de Pilares: "Oh! Saudade, Mãe 
Meu carnaval é você..." 
Obrigada por tudo minha mãe! Obrigada meu Deus por tudo que pude viver ao lado dessa estrela que só irradiava amor, amor esse que deixou marcas que não dá para apagar! Saudades eternas!
Até o céu minha rainha! Enquanto isso, vou vivendo a vida "saudadeando" até pro teu colo voltar.
Eu te amo e sempre te amarei! 

Bebel Tavernard